Na aritmética básica do cinema, imagem + som = significado. Simples, mas é aí que reside o maior desafio dessa arte: construir sentido, dispor os fotogramas em uma sucessão lógica ao mesmo tempo em que se revela uma visão de mundo.
Arquivo da tag: Brian De Palma
Carrie, a Estranha (1976), de Brian De Palma
Carrie, a Estranha não se limita a ser um filme de terror. Representa, sim, um dos grandes momentos do gênero, com cenas antológicas de horror físico e psicológico. Mas, antes disso tudo, é um poderoso drama sobre solidão e isolamento, protagonizado por uma menina humilhada por todos de seu meio – de colegas de escola até a própria mãe. E, o pior, vivendo uma das fases mais difíceis da vida de qualquer pessoa: a adolescência, aquele momento no qual descobertas importantes sobre a sexualidade e o próprio corpo tomam conta da cabeça dos jovens.
Filmes-diálogo
Como dizem por aí, existem filmes e filmes. Alguns permanecem com o espectador por muito tempo após os créditos finais: falam diretamente aos sentidos e ao intelecto do público; analisam o mundo a partir de pontos de vista privilegiados; convidam aqueles que os assistem a pensar e a construir sentidos às imagens. Podemos chamá-los de “filmes-diálogo”.
Detalhes de um mestre – Suspeita (1941), de Alfred Hitchcock
Nem só de grandes sequências vive o cinema do Alfred Hitchcock – como aquela em que Cary Grant é perseguido por um avião em Intriga Internacional, o clímax de Pacto Sinistro no parque de diversões ou ainda o assassinato de Marion Crane em Psicose, para ficar em alguns. Muito de sua qualidade vem do cuidado em revelar informações e sentimentos com sutileza, surpreendendo o espectador ao utilizar um movimento de câmera inesperado ou um enquadramento específico.