Na aritmética básica do cinema, imagem + som = significado. Simples, mas é aí que reside o maior desafio dessa arte: construir sentido, dispor os fotogramas em uma sucessão lógica ao mesmo tempo em que se revela uma visão de mundo.
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Hitchcock inglês
O primeiro trabalho de Alfred Hitchcock nos Estados Unidos foi Rebecca, A Mulher Inesquecível, sucesso de público e crítica que faturou o Oscar de Melhor Filme em 1941. Antes de sair da Inglaterra, sua terra natal, porém, Hitchcock já era um diretor de renome. Sua “fase inglesa” não se compara em qualidade aos clássicos americanos dos anos 1950 e 1960, claro. Mas aquele olhar único e diferenciado para os elementos cênicos estava lá desde o começo.
Retomando
Um pequeno hiato de postagens, mas neste novo ano as coisas seguem. Aos poucos, pretendo resgatar textos postados nas antigas versões do Cinefilia e colocá-los aqui, juntamente com as resenhas e comentários comuns a este espaço.
Enquanto isso tudo não vem, observações sobre os filmes já vistos em 2012:
Filmes-diálogo
Como dizem por aí, existem filmes e filmes. Alguns permanecem com o espectador por muito tempo após os créditos finais: falam diretamente aos sentidos e ao intelecto do público; analisam o mundo a partir de pontos de vista privilegiados; convidam aqueles que os assistem a pensar e a construir sentidos às imagens. Podemos chamá-los de “filmes-diálogo”.
Detalhes de um mestre – Suspeita (1941), de Alfred Hitchcock
Nem só de grandes sequências vive o cinema do Alfred Hitchcock – como aquela em que Cary Grant é perseguido por um avião em Intriga Internacional, o clímax de Pacto Sinistro no parque de diversões ou ainda o assassinato de Marion Crane em Psicose, para ficar em alguns. Muito de sua qualidade vem do cuidado em revelar informações e sentimentos com sutileza, surpreendendo o espectador ao utilizar um movimento de câmera inesperado ou um enquadramento específico.